A ideia da princesa que encontra seu príncipe encantado é, muitas vezes, uma narrativa restritiva que define o valor pessoal com base no status proporcionado por um relacionamento. Desconstruir esse conto permite-nos abraçar a singularidade de nossa jornada, onde o amor próprio e a autoexploração ganham destaque. Hoje cada vez mais conhecemos pessoas que se destacam e que não têm par romântico, mas que ainda assim se sentem plenas e completas. 

Além disso a complexidade dos relacionamentos leva-nos a observar se estas estórias de conto de fadas são plausíveis de caber na nossa realidade, nunca reparaste que não entram em grandes detalhes? A narrativa termina normalmente pouco depois do casamento com a frase “e foram felizes para sempre…” não nos fala em expectativa, problemas de comunicação, a chegada dos filhos ao relacionamento, a instalação da rotina, etc… ora se estes contos não trazem uma moral ou aprendizagem para a vida real em termos de relacionamentos práticos não será um pouco absurdo da nossa parte, princesas e príncipes imperfeitos querer viver esta utopia???

E se a tua história não seguir a linha do conto de fadas? Talvez essa seja a oportunidade de embarcar numa jornada profunda de autoconhecimento e autoamor. Desvendar os mistérios do teu próprio ser pode ser tão transformador quanto qualquer encontro romântico. E ainda acrescento, sem a qual muito provavelmente nem o mais perfeito príncipe nos atura!

A sociedade muitas vezes coloca uma forte ênfase no casamento e na vida a dois. No entanto, a tua jornada individual não é menos significativa ou valiosa. Descobre o teu próprio valor fora das normas sociais, permitindo que a tua luz interior brilhe independentemente do estado civil.

A espiritualidade desempenha um papel fundamental na reconexão contigo mesma. Encontra uma base espiritual que te permita compreender a tua verdadeira essência e cultivar uma conexão profunda contigo mesma, independentemente de teres ou não um “príncipe” ao teu lado.

Na ausência do conto de fadas convencional não se exclui a possibilidade de relacionamentos significativos. Podemos investir nas amizades, familiares e conexões que nos nutrem a alma e enriquecem a nossa jornada. A verdadeira magia reside na qualidade das relações, não na sua conformidade com um conto tradicional.

Convido-te a descobrir a maestria na arte de ser completa sem “Outra Metade”, o mito da “outra metade” pode ser desafiado e reescrito. Descobre a plenitude em ser completa por ti mesma, uma entidade íntegra e independente. Ao fazê-lo, estás a redefinir a narrativa e a afirmar a tua autonomia.

A história da princesa que encontra seu príncipe pode ser encantadora, mas há uma igualmente bela narrativa a ser descoberta quando te permites ser a protagonista da tua própria jornada. Desafia as expectativas, abraça a tua individualidade e celebra a riqueza de significado que reside na história única que estás a criar, mesmo que o “felizes para sempre” tenha um enredo completamente diferente, mesmo sem príncipe, sem castelo ou tudo o que nos “venderam” para que possamos ser reais numa estória onde o essencial é que sejamos felizes para sempre.